quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Capitulo 12 – Uma Guerra?

Vejo Gabriela em cima de um corpo, mexendo em seu peito.

Olho para o lado e vejo um outro homem, ao seu lado, com um olhar preocupado, e com a pele muito pálida e suja, com um cabelo afro, embora pareça ser albino. Suas roupas muito velhas, sujas e rasgadas.

Vejo também que Gabriela está usando um vestido vermelho com alguns rasgos.

Vejo outra mulher olhando de longe, com roupas de lã e uma toca, uma ruiva com o rosto ralado e portando armas pesadas.

Em uma rápida olhada pelo ambiente vejo um local totalmente destruído, as vigas expostas e o concreto destruído no chão, a iluminação fraca dava um ar sombrio ao lugar, algumas luzes piscavam.

Vi também um holofote, na frente da mulher ruiva, era isto que me cegava quando cheguei ao local.

- Quem está na mesa gabi? – pergunto em voz baixa

Espero mas não ouço resposta. Tento me aproximar e vejo uma calça igual a minha, mas não posso ser eu na mesa, se estou em pé na frente dela!

Chego mais perto e vejo que realmente sou eu, me assusto e caio para trás.

- O que foi? Você ainda não percebeu que não está em teu corpo? – diz um homem barbudo, que me recordo por Deus.

- O que é que está havendo aqui? Porque tanta destruição? E que coisas eram aquelas correndo atrás das pessoas?! – pergunto desesperadamente e com muito medo da resposta

- Isso, meu querido irmão, é o apocalipse! E tudo isto é tua culpa! Você poderia ter evitado isso se tivesse aceitado tua própria morte! – Diz ele, com certa acusa na voz.

- Culpa... Minha?! Como assim? O que... O que é que eu fiz? – digo tremulo.

- Acalma-te, não te preocupes, apenas estava em busca de alguma diversão, sua morte era para sua proteção, mas não faz mal, isso aqui já estava programado – Diz o homem

Fico sem palavras, apenas fixando o chão, esperando mais alguma palavra do homem, mas, quando olho para o lado, não vejo ninguém. Minha visão escurece, e caio no esquecimento.

Acordo em um lugar quente e confortável, escuro e sem ruídos.

Então um barulho ensurdecedor toma conta do lugar.

E, pouco após, sinto o chão tremer.

Levanto-me num pulo e olho para os lados, com meus olhos tentando se acostumar com o escuro, vou apalpando a parede, em busca de uma porta.

Ouço outro barulho igual. Começo a me desesperar e corro em busca da porta.

Então, do outro lado do lugar, ouço um ruído de porta antiga e uma luz forte toma conta do local.

Olho em sua direção e meus olhos se fecham, sensíveis a luz.

- Rápido Matt! Estão atacando! – diz um homem... como ele sabe meu nome?

- Quem é você?! – grito, afugentado

- Não temos tempo para explicações, temos que correr

Sem delongas, corro em direção a luz.

Saio em um ambiente ventilado, e meus olhos vão se acostumando com a luz.

Vejo um corredor largo, como o de um hospital, porém muito sujo com jornais, sangue e pó, algumas paredes destruídas, marcas de balas e sangue em todos os lugares.

O homem que vejo agora de costas para mim, me guiando, está usando farda, do exercito, ou da marinha, agora não reconheço, mas está armado com uma M16

Continuo seguindo, sem saber meu destino, e vejo um grande pedaço do teto no chão

- cuidado ai – avisa o homem, após passar pelos escombros

- pode deixar – respondo, subindo pelos escombros que eram iluminados tão lindamente pela luz solar

Andando pelos escombros, perco o homem de vista, que aparentemente desceu dos escombros. Sigo-o e desço dos escombros, a tempo de vê-lo abrir uma porta de metal com uma chave.

Entramos em uma sala escura.

Click – ouço um barulho e luzes se acendem, iluminando bem a sala. Um lugar pequeno, com uma maca no centro e armários fechados em volta.

Ele abre um armário e tira uma Glock, e a joga para mim.

- sabe manusear né?- diz o homem.

- Sim eu sei. Não tem mais munição? – pergunto, esperando usar a arma

- aqui está – diz o homem me entregando dois pentes próprios para a arma

- a propósito, qual seu nome? – pergunto, enquanto ele me passa um colete a prova de balas

- Daniel – responde, pegando um para si.

- Mas e então Daniel, o que esta havendo aqui? – pergunto, carregando a arma

- Uns bichos ai, que parecem mais demônios. São verdadeiramente medonhos, mas temos que enfrentá-los praticamente todos os dias – responde Daniel

- Todos os dias? Quanto tempo fiquei apagado? - pergunto

- Mais ou menos uma semana, mas isso aqui já estava rolando a algumas semanas. – responde Daniel, como se fosse algo normal. Já deve ter se habituado

- Você apareceu pouco depois daquela medica em traje chique...

- Você quer dizer Gabriela? –pergunto

- Sim, é esse o nome... Ela tem um corpo... hmm... – diz ele, gemendo e balançando a cabeça direcionada para o teto, de olhos fechados.

Okay, então vamos fazer logo?

Ele consente com a cabeça e seguimos em direção aos escombros, subimos neles e voltamos ao corredor, passando pela porta de que saí.

Continuamos seguindo, e viramos para a direita na primeira “curva” do corredor

Entramos na sala daquele dia, ela estava com uma parede parcialmente destruída, liberando uma passagem para fora.

Passamos por ela e encontramos uma mulher de touca

- Enfim acordou? – Diz a mulher, que perguntou quem eu era, assim que cheguei nesse lugar

- Meu nome é mariana, mas eu dispenso sua apresentação, você só tem que subir as escadas e ficar no topo do muro, tentando evitar essas coisas de chegar perto.

Aceno com a cabeça e subo para cima do alto muro, que cercava o lugar, com um pequeno pátio e um portão grande

Aparentemente era um lugar para seguranças, pois tem um espaço considerável e um pequeno muro de proteção a quedas

Olho para o chão lá de cima e vejo alguns homens correndo em direção ao portão... mas eles estão... multilados?

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Capitulo 11 – F.R.G. – Frente de Resistência a Guerra

Subo a escadaria correndo, vejo os andares passando e continuo subindo.

Entro na porta do 3º andar. Vejo um corredor em “T” e uma única porta.

Tento abrir a porta, mas sem sucesso. Algo me diz que é melhor assim...

Sigo pelo corredor e olho para os dois lados. Ao meu lado esquerdo vejo uma porta localizada no fim do pequeno corredor, e, a minha direita vejo uma mesa, muito velha com um vaso de flores em cima.

Entro na porta a minha esquerda com muita cautela, pois me lembro estranhamente deste lugar.

Vejo uma cama ensangüentada, mas nem me abalo. Já vi esta cena antes, sei que tem uma Magnum 345. dentro da mesa de cabeceira e um homem semi-morto no guarda roupas.

Abro a gaveta da mesa e vejo uma foto de um homem moreno com duas crianças, igualmente morenas, ao seu lado, as quais imagino serem suas filhas.

Estranhamente não encontro nenhuma arma, diferente do meu sonho... mas que droga! Aquilo foi somente um sonho! Nada mais que isto, por isso não encontrei nada aqui!

Verifico o guarda roupas e vejo que não há nada nele, sem alarme.

Saio do quarto e ouço um barulho. Gritos!

Corro até a janela mais próxima e vejo que não estava enganado.

Pessoas corriam, gritando de medo, e atrás delas...

Demônios, muitos deles, todos distintos e muito velozes.

- Ei! Você! Parado ou eu atiro! – Ouço um homem gritar, atrás de mim.

- Calma cara... – digo calmamente virando em sua direção com os braços levantados. É ele, o cara da foto, porém aqui ele está muito nervoso e tremulo,apavorado.

- Não precisa ter medo, estamos juntos nessa – Digo ao homem – Vamos lá, me fala, qual seu nome?

- Você não está comigo nessa não, meu chapa! Você vai e para uma melhor! – Disse ele, e, em seguida atirou contra o lado direito do meu peito.

Vou para trás, cambaleante e caio sentado. Sinto o ar saindo de meu corpo, e uma dor que se intensifica, Queimando meu peito. Em seguida sinto o sangue saindo, esquentando a ferida e molhando o tecido de minha camiseta.

- Por que... Fez... Isto? – digo, com dificuldade.

- Isso não é problema meu – Diz o homem, que corre em seguida em direção ás escadas.

Está sangrando muito. Preciso estancar o sangramento, e preciso agora...

Procuro algo a minha volta, mas não encontro nada que me ajude... Só me restam minhas roupas... Arranco um pedaço da base de minha camiseta e enrolo no peito, no local em que a bala perfurou, sinto que está escorrendo menos sangue, mas ainda dói, não sei quanto tempo consigo agüentar, mas não posso desistir de viver, não por enquanto.

Levanto-me vagarosamente, apoiando nas paredes do corredor.

Quando consigo me levantar de verdade, sinto minhas pernas tremendo, eu estou ferido e preciso de ajuda.

Sigo para a parte não explorada do corredor, e me deparo com uma parede destruída e que mostra um outro prédio, com a parede também destruída, e apenas uma tora não muito firme de madeira ligando os dois prédios.

Passo por ela e chego até a segunda construção. Olho para cima e me deparo com o céu, sombrio e meio avermelhado, com muitas nuvens.

O vento passava por meu rosto, fazendo um som medonho. E eu, tendo apenas o medo e a curiosidade de referencia, ando pelo local com cautela, pois o teto está sob meus pés, e qualquer deslize meu irá resultar em uma queda, risco que não posso correr, já que estou ferido, e tenho dificuldades inclusive para andar.

Sigo até uma porta e atravesso o portal, sem nada bloqueando, e o teto ainda no chão. Parece até que começaram a demolir o prédio e não terminaram.

Vejo um buraco e uma escada de ferro presa ao chão, e descendo o buraco.

Agarro-me a ela e começo a descer vagarosa e calmamente, está muito escuro e, à medida que desço sinto uma atmosfera mais pesada, um ar menos puro e mais úmido.

Sinto o chão tocar meus pés, mas não vejo nada ao meu redor.

Ouço um barulho e uma voz. Tento segui-la, mas não acho sua fonte

-Identifique-se! – diz uma voz, feminina, mas muito dura e rude.

Ouço um barulho e um holofote se ascende me cegando. Não consigo pronunciar uma palavra, nem mesmo ver, apenas abro a boca e tento tampar a luz com minha mão.

-Identifique-se!- Repete a voz.

-Eu... Sou... Matt – falo, com muito esforço, não consigo respirar direito por causa do ferimento, da caminhada e da luz me cegando.

- Está armado? – Pergunta a voz

- Não... – Respondo rapidamente, acho que voltei a sangrar.

- Ele está ferido – Diz outra voz feminina, porém mais suave... E que reconheço...

- Gabi? – Grito, esperando uma resposta clara

- Matt! – Diz ela, enquanto tento encontrar o caminho de sua voz – rápido! Ajudem ele. Está ferido!

De repente sou levantado por dois braços, um de cada lado e me arrastam até algo macio, em que deito e me sinto mais confortável.

- o que houve? – pergunta Gabi – consegue falar?

- consigo... Tiro... Peito – digo ofegante e com dor

- ele levou um tiro – diz ela, enquanto desamarra o tecido de meu peito, procurando o ferimento – Quem fez isso?

Sem conseguir responder, vejo o ambiente ficar ainda mais escuro, e perco a noção da realidade

sábado, 11 de julho de 2009

Capitulo 10 – O inicio de uma guerra

- Porra! – Exclamo ao ser arremessado para fora do bar, estou ferido na perna e ainda sangra, maldito homem de sobretudo, enfiou uma faca em mim...

A porta do bar abre mais uma vez, e olho para ver... Droga! É ele de novo, começo a correr descontroladamente
Espera ai, eu me lembro disso... vejo ao meu lado direito um beco escuro... é isso, posso mudar meu destino!
Corro em direção a parede, pulo e ricocheteio nela com minha perna, e agarro a escada de incêndio que cai fazendo muito barulho.
Apresso-me em me esconder atrás de uma lixeira, em um canto muito escuro, e o homem, que agora já nem parecia mais um homem correu... Ou melhor, flutuou sobre as escadas, subindo-as muito rápido.
Melhor empunhar minha pistola...
- Droga!- digo em voz alta, eu a esqueci. Não acredito!
Acho que falei muito alto, pois o homem pulou do topo do prédio em cima da lata onde estava escondido... ele começa a olhar para mim como se quisesse me dilacerar.
Corro para fora do beco e viro a direita, e novamente a direita... Vejo uma porta de vidro e quebro-a com um chute.
Vejo um balcão de recepção com uma flor chamativa ao lado. Tudo muito colorido... sigo reto, mas sempre correndo, vejo dois elevadores e uma porta que me lembrava uma escadaria de prédio. Abro a porta e corro para subir as escadas, subo e entro no 1º andar, fecho a porta e sigo com cautela, sentindo meu coração bater na boca tento abrir a primeira porta que vejo, e ela abre... Vou devagar, o local está escuro e não quero invadir nada.
Acendo o interruptor ao meu lado direito e algo me derruba de costas no chão, uma espécie de demônio/zumbi está em cima de mim e me arranhando, era muito acinzentado com orelhas pontadas, olhar morto e face ossuda. Era pequeno e muito magro, porem ainda assim forte.
Empurro-o para longe de mim e desfiro um chute com a ponta do sapato em sua barriga. Ele cai ajoelhado e desfiro outro chute, dessa vez com a canela e em sua orelha. Ele cai como um morto, ótimo, acabou.
Entro no quarto, e logo de cara encontro o corpo de um homem. E sangue espalhado pelo quarto inteiro, inclusive na cama. Mexo na mesa de cabeceira para procurar algo que me seja útil, mas nada encontro. Abro o armário e também não encontro nada, abandono as buscas naquele quarto, com o coração mais acelerado do que já estava, estava impaciente e com medo...
Passo ao lado do corpo do demônio que havia matado. Estava completamente imóvel... Morto!
Tento abrir a porta do quarto da frente, mas sem sucesso... ouço um barulho atrás e de mim e me viro para averiguar sua causa... Então aquele mesmo demônio me ataca e me derruba novamente, desta vez me mordendo no braço.
Desfiro vários socos em sua cabeça e orelha até ele largar, estamos ambos no chão, mas eu estou ensangüentado e com muita dor, enquanto ele somente esta meio tonto. Ele tenta levantar e o derrubo com uma rasteira, e dou uma chave de braço nele, puxo com muita força seu braço e ouço um barulho, como algo de plástico quebrando. Solto seu braço e levanto, seu braço esta dobrado para o lado contrario do normal, chuto novamente sua cabeça, que desta vez explode em sangue... Agora acho que está morto, mas melhor eu deixar o andar... Sigo para a escadaria....

terça-feira, 30 de junho de 2009

Capitulo 9 – Um sonho vívido

Chego em casa cansado e nu, apenas com a roupa do hospital, que de nada valia, pois meus glúteos ficam de fora.

Deve ser muito tarde, não haviam carros na rua nem pessoas, estava tudo deserto e silencioso. Luzes acesas somente as da rua, estavam todos dormindo.

Olho no relógio da parede que marca 2:03 da manha, está realmente tarde, e é melhor eu dormir, apesar de não acreditar que consiga com a adrenalina no alto...

- Não – Digo em voz alta, melhor não tentar dormir.

Entro no banheiro para tomar banho, e, durante o banho começo a pensar para onde ir, o que fazer agora...

Saio do banho e me troco, olho no espelho e me vejo com a barba grande, não ao ponto de Jesus cristo, mas ainda grande.

Não estou com paciência para fazer a barba. Pego minha carteira, saio de casa e vou andando. Vejo o correio em que recuperei minha arma, o beco do meu sonho e o bar, ele estava aberto e parecia cheio, resolvo entrar

Sento numa cadeira no balcão e peço uísque, começo a beber para abaixar a adrenalina.

Bebo um copo, bebo dois, bebo três e logo estou completamente bêbado

- Vai devagar amigo – aconselha o barman, feliz pelo lucro mas preocupado com minha vida

Sigo o conselho dele e resolvo parar um pouco, já não estava sóbrio e nem tão agitado quanto antes

Viro para me levantar e topo com um homem, ele usava chapéu de feltro e um sobretudo, ambos pretos, a luz não chegava ao seu rosto, mas era perceptível sua face pálida e a forma pontiaguda de seu rosto, especialmente o queixo.

Ele abaixa um pouco a cabeça e retruca:

- Deve tomar mais cuidado seu tolo insolente, ou, como costumam dizer por aqui, encoste em mim novamente e vai apanhar! – ele parecia com raiva e nada cauteloso

Eu, já não muito sóbrio fico louco de raiva e dou um soco em sua cara, e ele se curva um pouco para o lado.

Ele vira com uma pequena faca na mão, e tenta me furar no peito.

Seguro sua mão e desfiro outro soco em sua cara, puxo a mão dele para minhas costas e empurro-o para o chão, e ele sem muita reação cai como uma pedra. Desfiro vários chutes em seu tórax, chutes leves mas em grande quantidade, e ele finalmente reage, enfiando a faca em minha coxa e puxando a mesma.

- Ah! – grito com dor, e logo após sou derrubado por um segurança, ele me arrasta até a porta do bar.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Capitulo 8 - A fuga

O dia chega, e com ele o tédio, eu estava preso naquele quarto de hospital, e só me restava assistir televisão...

A porta do quarto se abre e entra uma enfermeira.

- Vim medir sua pressão e dar medicamentos – Disse ela

- Ótimo! Adoro ficar dopado e não raciocinar direito! – digo com muito sarcasmo

- Pelo menos você vai voltar para casa, recuperado – Rebate ela

- E com metade do cérebro sem funcionar! – E para piorar estou discutindo com uma enfermeira, isso não me deixa numa situação favorável.

Ela começa tirar meu sangue e coloca o soro para eu tomar.

Ela sai sem pronunciar uma palavra sequer, aposto que ela ficou com raiva de mim...

Não dormi depois do pesadelo e me sinto muito mal, a falta de uma boa noite de sono me deixou estressado, e fico com raiva de tudo quando estou estressado...

Pouco depois da enfermeira ir embora, Chega a Dra. Gabriela com uma cara feliz, ao contrario de mim, ela deve ter dormido bastante. Mas tudo bem, ver ela alegre também me alegra... eu não sei bem o porque, mas eu gostei dela, de verdade....

- Bom dia Sr. Santos – Mas que droga, eu já falei para ela não me chamar assim, mas...

- Bom dia Sra. Burke! – ela também não gosta de seu sobrenome, estamos todos juntos no mesmo barco não?

- Ah! Para de me chamar assim, é Sra. Gabriela Burke para você! – disse com uma voz engraçada, e com as bochechas rosadas...

- E então gabi, você veio me dar alta?

- Você sabe que não Matt, você quase morreu!

- Na verdade eu morri, mas voltei porque precisava te conhecer...

- Que fofo, mas isso não vai te ajudar a ter alta!

- Pelo menos eu tentei né?

- Há há, pelo menos tentou.

- Mas , como é que eu estou doutora? – melhor começar a agir corretamente, não agüento mais ficar confinado

- Você na verdade esta muito bem, talvez daqui a alguns dias você receberá alta!

- Dra, você esta me obrigando a fugir daqui

- Então faça isso Matt, porque por mim você já estaria fora daqui, já esta em perfeito estado. – ela diz isso saindo do quarto, me deixando sozinho novamente, e o que disse me inspirou, eu vou fugir... Esta noite!

O dia passou, e eu atormentado por estar preso aquele hospital. Precisava sair dali.

Todos foram dormir. Esta era minha chance. Pego um pedaço de algodão do meu lado, tiro a agulha do soro que estava em minha veia e tampo meu braço com o algodão, arranco um pedaço da minha roupa e amarro no algodão.

Eu estava no segundo andar, precisava de uma forma de descer para o chão delicadamente, então amarrei o lençol que me cobria com o lençol da cama e com a cortina, amarrei a corda improvisada na maçaneta da porta e joguei a outra ponta para fora da janela, que estava do lado oposto do quarto.

Penso melhor e puxo tudo, dou uma volta por baixo da minha coxa direita e por cima do meu ombro esquerdo, passando pela axila.

Me ponho em cima da janela e me jogo, não caio muito, apenas alguns centímetros. Deu certo!

Vou descendo devagar, fazer rapel na adolescência me ajudou muito.

Esta uma noite agradável, a lua cheia ilumina bem o jardim do hospital, isso facilita muito para mim, eu corro com o ar fresco passando sob meu rosto. Atravesso a rua e olho para a placa, já sei onde estou e também sei como chegar em casa, não é muito longe.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Capitulo 7 - Lavados pelo sangue

Apoio me no ombro do monstro e pulo, consigo me segurar numa grade, na varanda do prédio ao lado, me esforço para subir, apoio meu pé na parede e consigo subir.
Ao pular para dentro da varanda vejo uma porta de vidro que dá direto para a sala de um apartamento, esta bem iluminada, para variar de ambiente. A televisão está ligada, mas esta chiando somente, sem imagem.
Bato na porta delicadamente, mas ninguém aparece, tento novamente, até decidir entrar logo. Ao abrir a porta noto a falta de barulho, com exceção do chiado da televisão, é claro.
Atravesso a bem iluminada sala amarela, notando o carpete bem conservado, e o sofá com plástico, e uma marca em um assento, mas onde estava a pessoa que sentou ali?

- Acorde! Acorde!

Sigo para os outros cômodos. Um pequeno corredor que ia direto para o banheiro com 3 portas intercaladas. A primeira a esquerda era um quarto vazio, a da direita era a da cozinha e a outra de um quarto maior, com uma bela cama e um armário grande. A casa era muito bonita, mas me deixava inquieto a ausência de alguém nela.
Entro no banheiro e não vejo ninguém, também não há ninguém nos quartos. Entro na cozinha e vejo no fundo a lavanderia... Tem algo lá...

- Acorde! Acorde!

Ao chegar mais perto percebo que é uma mulher, pelos tamancos, pois está mutilada.
Vejo sua cabeça em cima da maquina de lavar roupas, e ela esta intacta. Já passei por tanta coisa que isso nem me afeta mais, vejo no tanque muitas partes de corpo, todos da mesma mulher, e seus intestinos estavam encima da pia... Não pensei que fossem intestinos. Mas olhando bem deixa transparecer... O que diabos aconteceu aqui?
Saio correndo do apartamento, e vejo os corredores cobertos de sangue, olho para o elevador e sei que provavelmente não vai funcionar. Viro á direita e abro a porta das escadas, começo a descer as escadas, ate o 1 andar, onde as escadas estavam bloqueadas. Entro na porta da direita, onde encontro mais um corredor em “L” e 3 portas de apartamentos, novamente o corredor esta coberto de sangue.


- Aaah! – grito, sozinho no meio da noite no quarto do hospital, foi um pesadelo, mas não entendi nada dele...

terça-feira, 23 de junho de 2009

Capitulo 6 – Respondendo perguntas

Naquele momento só pude pensar em estar vivo, embora a vida seja o oposto da felicidade, a morte não me deixou feliz, na verdade, me deixou confuso, e fez eu me sentir com pouca importância, nada daquilo deveria ter acontecido, e, talvez, não tivesse acontecido... é, foi um sonho! Só pode ter sido, sem chance de ter conversado com o Demônio, Deus e São Pedro; eu estava sonhando, a verdade é que eu cai em um sono profundo, e tive parada cardíaca, só isso, nem tão simples, mas simplesmente isso...
- O homem só vê o que lhe cabe, e só acredita no que quer, nada do que você viu foi real, apenas sua imaginação. Você não imaginou nada, apenas viu o que tinha que ver, e, para resolver uma duvida, devemos criar muitas outras, eu digo-lhe que estava no purgatório e me perguntas como, eu digo que foi tua imaginação e me pergunta do porque imaginou isto, as perguntas não te fazem de desentendido, apenas de sábio, mas perguntas tolas geram respostas estúpidas, então cuidado ao perguntar, preste atenção no que lhe foi dito e faça sua pergunta, que tal perguntar agora?
- O que? Quem está ai? – grito, a procura do homem que me falou a frase tão misteriosa. Aparentemente ninguém ouviu meu grito, apesar da sala estar abarrotada de gente... Na verdade, eles nem ao menos se mexeram, como se tudo estivesse parado. E estava! Tento me levantar mas não consigo, talvez ainda esteja me recuperando da parada brusca do meu coração, que ainda doía muito.
- Então esta é tua pergunta? Pois bem, sou Kahn, conselheiro de Inooc, Rei da terra em que você se encontrava, denominada: أمل البنفسج Ou Violetas da esperança, em seu idioma
Tudo volta a se mexer, as pessoas ficam emocionadas e a doutora, meio que encima de mim, começa a chorar, mas, diferente de antes, era de felicidade, e aquele momento passa a ser um passado vazio, sem importância, que ninguém ligava, nem eu, pois de lá só descobri que sei de menos coisa do que acho...

- Que bom que está bem! – diz a doutora, e, tenho uma leve impressão de que ela nem ao menos sabe meu nome
- É, eu to bem, mas estaria melhor se você não estivesse apoiada em meu peito – digo a ela, de uma forma mais rude do que gostaria, mas não tinha problema, já que ela nem me escutou, pois ainda estava em cima do meu peito. E, eu estava mesmo respirando mal...
Um a um, as pessoas foram saindo do quarto, e só ficou a doutora Gabriela, que aparentemente não queria sair do quarto. Talvez ela se sentisse tão sozinha quanto me sinto, mas no momento estou cansado demais para conversar, melhor eu dormir, pois morrer é uma experiência muito cansativa...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Capitulo 5 – Morte mal sucedida

Droga, eu apaguei, não sei como nem o porquê, mas meu peito doía muito antes, agora já não dói me sinto muito tranqüilo e relaxado apesar de não saber onde estou
Uma estranha nevoa cobre o ambiente, e se concentra no chão, não tem brisa, mas não é abafado. Não consigo ver nada frente, mas sigo andando como se soubesse para onde ir, muito estranho pois não me sentia à-vontade, como em um lugar em que já conhecia, me sentia um estranho e não me encaixava em lugar algum, mas mesmo assim permanecia andando, como se não controlasse meus passos.
Seguia calmamente o caminho que minhas pernas me levavam, e enquanto andava, encontrava algumas arvores que não estavam lá antes de eu chegar perto.
Mais a frente, vi uma espécie de templo, ele tinha luz própria, mas não iluminava o ambiente que não tinha cor, vida ou iluminação, o que era muito estranho, pois parecia um ambiente a céu aberto.
Enquanto me aproximava, notei um portal aberto, e eu estava passando entre eles, continuei seguindo e vi vários vultos de pessoas, mas não me assustei, como se aquilo fosse normal e diário, mas não era e eu não deveria estar tão acostumado.
Aproximando-me do templo, subo algumas escadas, acho que três, mas fiz tão naturalmente que não parecia que haviam escadas lá...
Entro no templo e vejo uma escadaria longa para cima, e duas portas, uma do lado esquerdo e outra do lado direito da sala
A do lado esquerdo tinha uma placa e nela estava escrito Inferno, a da direita estava escrito Céu e na escadaria havia uma placa pendurada em cima, escrito purgatório
Droga! Eu estou morto! Não posso acreditar! Mas que merda foi aquela? Uma parada cardíaca? Não sei bem o que aconteceu, só sei que morri e estou totalmente perdido, recuperei o controle de minhas pernas e já não sei mais para onde ir
Um homem muito avermelhado, vestido de terno vem em minha direção, vem do lado do inferno, logo acredito que seja o demônio, e ele diz:
- Garoto, você que está perdido, foi uma alma abandonada que julgam não ter importância no mundo deles, então venha ao meu, estamos esperando sua alma, venha a nós! – e ele terminou a frase fazendo um gesto de reverencia e apontando para a porta do inferno com sua mão esquerda.
- Não Ezequiel! Ele não ira com você, ele tem um espaço reservado em meu mundo! Que homem não quer um espaço no céu? – diz um homem de trajes bege, mais parecia uma saia, mas com um pano mais escuro cobrindo seus ombros, usava uma corda como cinto, seu rosto era escondido por um grande cabelo com dreds e uma barba enorme, só faltava uma camisa xadrez vermelha e preta e um machado para eu dizer que era um lenhador típico de desenhos animados. Mas creio que este seja deus. Meu coração aceleraria, mas está completamente parado.
- Na verdade acho que deveria ir para o purgatório! – Pela primeira vez eu falo naquele lugar, e eles parecem tão surpresos quanto eu, um homem que pode ir direto para o céu querendo ser julgado para ver se realmente é merecedor.
- Bom Isaías, ele quer saber para onde merece ir, quer ir para o purgatório, quer ser julgado, isto é raro, imagina que não deve nada e nem tem nada a temer, então deixe ele ir, e que tenha muita sorte garoto, o inferno não é ruim quanto as pessoas pensam, e o céu não é tão bom assim! – conclui Ezequiel, que se mostra não ser o Diabo, Demônio, Lúcifer, ou seja lá o que for. Mas Isaías se mostra inquieto quanto minha decisão, mesmo não sendo exatamente Deus, ele gostaria que eu estivesse lá com ele.
- Então que seja feita a vontade dele - diz Isaías, apontando para a escadaria, que me apresso a subir.
Chegando ao final, vejo apenas uma mesa, com um homem velho, mas em bom estado. De óculos e segurando um martelo, parecia ser um juiz, um juiz muito atento.
- Meu nome é Pedro, é um prazer finalmente conhecê-lo Matt, você esta aqui para ser julgado? – Pergunta Pedro.
- Sim! – respondo sem pestanejar
- Logo você? – pergunta Pedro sem entender
- Como assim? – Pergunto tão confuso quanto ele
- Esqueça, então vamos começar o julgamento.
- Não quero ir nem para o inferno nem para o céu Pedro, posso ficar aqui com você? – pergunto, fazendo ele se desconcentrar
- Então faremos o seguinte, você voltará a vida, para pensar melhor sobre a questão, o que me diz? – Pergunta Isaías, que observava tudo ao lado de Ezequiel – você aceita minha proposta? – Conclui ele
- Claro! – Exclamo, adoraria voltar a vida, sentir meu coração batendo novamente, sentir as felicidades e tristezas de estar vivo!
- Que assim seja! – diz ele, e com um estalo de dedos, volto a sentir aquela imensa dor.
Também ouço um barulho, como um som de medidor de batidas cardíacas de hospital, e, ao abrir os olhos vejo uma medica chorando, no crachá dela está escrito “Dra Gabriela”, ela era muito bonita, com cabelos longos, face angelical e, que as feministas me perdoem, mas que peitos!
Ela olhou para mim, e parou de chorar na mesma hora, correu até mim e gritou:
- Venham ver! Ele esta vivo! – ela deu um grito meio desesperado, eu senti uma dor de cabeça na hora, não me sentia 100%
- Você consegue falar? – ela me perguntou
- Sim. - Respondi, ainda com dificuldades
Ela me parecia feliz, mas não tão feliz quanto eu estava por ter voltado a viver

sábado, 20 de junho de 2009

Capitulo 4 – Uma morte bem sucedida

- Afasta!

- Não esta dando sinal!

- Afasta!

- Droga! O oxigênio!

- Afasta!

- Doutora Gabriela!

Corro para chegar a porta da sala de operação, é uma parada cardíaca, entro na sala e dois cirurgiões me olham, esperando ajuda, coloco a mascara e as luvas, aperto o peito dele com força e uso o desfibrilador dizendo:

- Afasta! – a corrente elétrica atinge o paciente, que não reage.

- Dêem a ela uma injeção de adrenalina, ele tem que sobreviver! – ordeno sem pestanejar, ainda não temos muitos sinais de batimentos cardíacos, ele tem poucas chances, mas não vamos desistir tão facilmente!

- Afasta! – tento novamente com o desfibrilador, mas o paciente não reage, estamos perdendo ele

Bip... Bip..........Bip.....................Bip.................Biiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii...

- Droga! – praguejo, o paciente morreu, eu não consegui ajudá-lo, eu sou uma péssima medica, mais que DROGA!

- Calma doutora, não havia o que fazer, ele não tinha chances, a senhora fez o que pode! – um dos cirurgiões tenta me acalmar.

- Então deveria ter feito o que não podia! Ele não deveria ter morrido! – começo a ficar triste, o stress do trabalho não esta me fazendo bem, mas tenho que continuar...

Todos saem da sala de operação, fico somente eu... Mas, quando estou para sair ouço um sinal, um bip... Ele esta vivo! Corro para por a mascara de oxigênio em seu rosto, ele acordou e está bem! Agradeço a Deus por isso!

- Venham! Ele esta vivo! – grito para os cirurgiões.

Todos se aproximam do paciente, ele realmente esta bem, com ótimos sinais vitais e uma saúde de ferro, eu meço a pressão arterial dele e constato um numero normal, pergunto a ele:

- Você consegue falar?

- Sim – ele responde, com algumas dificuldades mas responde! Ele esta vivo! Mais um paciente que sobreviveu!

Capitulo 3 - A ameaça desconhecida

Ótimo, o primeiro cliente entra as 11:36, é um cliente fixo, policial, sempre vem comprar balas para sua MP5, já que não é utilizada normalmente pela policia, ele mesmo que financia, o que é bom para mim, mas ruim para ele

- Bom dia Rodolfo! – digo com entusiasmo

- Bom dia Matt – responde ele, muito menos entusiasmado.

- Aconteceu algo Rodolfo? Está muito desanimado! – pergunto a ele, mesmo sabendo que boa noticia não é, mas talvez eu possa ajudar.

- Matt, to desesperado! Minha MP5 quebrou no meio de um tiroteio! Levei um tiro, se não fosse meu colete, não sobreviveria! – ele realmente parecia desesperado com isso, como se tivesse alguém á espreita, esperando para atacá-lo, seus grandes olhos negros não tinham aquele brilho de felicidade que costumavam ter, sua pele morena estava suada, estava com grandes olheiras, e seus cabelos muito bagunçados, seja lá o que for, é grave, e eu sei q posso ajudar!

- Cara, o que houve? Tem algo muito errado! Da para sentir que você não esta bem! Está escrito em sua testa! – pareço um pouco nervoso ao falar isso. Sinto-me tenso ao vê-lo assim...

-Cara, vem aqui – diz ele sinalizando para irmos para um canto, conversas particulares enquanto estamos sozinhos indica que esta ficando cada vez pior, sinto como se uma aura negra pairasse sobre ele, puxando-o para baixo, deixando ele depressivo

- Mano, arrombaram meu quarto no hotel! Destruíram tudo! E deixaram um aviso, disseram que iam me matar, não sei o porquê, eu estou preocupado, cara, você precisa me ajudar! – Parecia muito mais apavorado, assustado, sua face morena havia ficado muito pálida, seus olhos lacrimejavam e as mãos tremiam muito.

Afastei-me um pouco, o suficiente para notar que ele não estava normal, e ficou evidente quando, em meio a situação ele começou a rir, uma risada infame e doentia, enquanto ria fazia uma expressão indemoniada, sua face utilizava de feições que não eram as suas, ele parecia possuído. Rapidamente empunho minha beretta e coloco na cabeça dele, e sem delongas começo a gritar:

- Seu Demônio! Afaste-se! Ou vai morrer! – é a única coisa que consigo gritar, ele começa a olhar para mim com olhar de desejo, ainda rindo.

Aponto a arma para sua barriga e dou um tiro, não queria nada fatal... Mas ao atirar sinto que estou atirando em um amigo, apesar de saber que ele já não é mais o Rodolfo, algo me dizia isso, nem ao menos parecia ele, quando atirei ele parou imediatamente de rir, me olhou com uma expressão de ódio, ele parecia sedento por sangue, e o sangue que ele queria era o meu...

Ele começou a avançar para cima de mim, um passo de cada vez, eu comecei a me sentir mal, e a andar para trás no mesmo ritmo, tropecei em um pequeno degrau e cai. Tudo estava ficando escuro, e algo o envolvia, vi como se uma fumaça negra o rodeasse, e, apesar do medo de morrer, permaneci firme, apontando a arma para ele... meus olhos ardiam, então pisquei por mais ou menos um segundo, e quando abri os olhos que estava forçando, vi outra face, já não era mais o Rodolfo, era um homem com cabelo curto, muito pálido, com olhos vermelhos e sem nariz, suas orelhas pontudas davam a impressão de demônio, o que ficou evidente ao ver os chifres que nasciam dos lados de sua cabeça, o tempo estava contra mim, e, ao tentar levantar eu apago.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Capitulo 2 - Falsa dor

-Ah! – eu grito ao cair da cama com o som do despertador, foi um pesadelo horrível... Mas parecia muito real, levanto-me e noto que ainda está escuro, mas quando olho para o relógio, o mesmo marca 6:15 da manha, o horário em que sempre levanto. Dirijo-me ao banheiro, faço minhas necessidades sem pensar em mais nada, tiro minha roupa para tomar um banho, e é no banho que penso melhor sobre o sonho que tive, e chego à conclusão de que não devo realmente pensar sobre isso, devo apenas tomar meu banho e me preparar para o trabalho, donos de lojas tem que acordar cedo...

Saio do banho e me troco no banheiro mesmo, coloco uma calça jeans, camisa branca e um casaco preto com touca, enxugo o espelho do banheiro pois esta embaçado e não consigo nem ao menos me enxergar, vejo um homem de 173 cm com um nariz grande, olhos castanhos e cabelos igualmente castanhos, estes escondidos pela touca do casaco, uma barba mal feita, olhos e boca grandes e com cara de mal humorado, é, esse sou eu... abro o armário com o espelho e pego minha escova de dentes e meu creme dental, começo a escovar meus dentes, mas o pensamento do sonho não me sai da cabeça, e quando dou por mim já até guardei a escova.

Vou para a cozinha e constato que são 6:32 da manha, ainda tenho tempo, minha loja só abre as 8:00, mas pretendo fazer algumas coisas antes de abrir a loja, tomo meu café da manha tranquilamente, bebo um copo de leite com achocolatado, levanto-me e sigo para a loja, com o relógio apontando exatamente 6:47 da manha, ainda tinha em media 1h, tranco minha casa e saio pelo portão, tranco o mesmo e vou andando, morando no centro da cidade de São Paulo, nada é longe...

Entro numa agencia de correspondências e pego uma correspondência em meu nome, para ser mais preciso um pacote, entro em um beco qualquer e abro o pacote, nele haviam 2 documentos e uma beretta de 9mm, um dos documentos era a legalização da arma e o outro era na verdade uma carta, abro ela e leio um pedido de desculpas:

“Sr. Matt devo me desculpar por ter tirado esta preciosidade do Senhor, ainda esta carregada e pronta para uso, como forma de me desculpar limpei ela e arrumei o pequeno problema com o gatilho.

Atenciosamente Nilo Gomes. ”

Ótimo, ele devolveu minha beretta, e também limpou e arrumou, essa arma é pessoal, não para venda, e mesmo assim o desgraçado a pegou, e o pior de tudo, não pagou, acho que após penas severas feitas pelas autoridades competentes, ele resolveu, ou melhor, foi forçado a devolver a arma... me alegro em constatar que ele não atirou uma única vez com a arma... e nem eu... mas apesar disso ainda ando com ela.

Guardo a arma na bandoleira e os papeis no bolso, jogo o pacote em um lixo próximo, após isso olho para o beco em que me encontrava, e tinha uma escada no fim dele... não querendo ser pessimista mas isso me lembrava meu sonho, o sonho que estava tentando esquecer, sinto uma gota de suor fria escorrendo pelo canto do olho esquerdo, e isso soava como a morte, algo macabro de grande importância, estava na hora esquecer aquilo e seguir para o trabalho, já eram 7:35 da manha.

A caminho da loja encontro um bar de aspecto popular, fechado, e com os dizeres:

“Aberto das 18:00 ás 4:30”

Estava ficando cada vez mas nervoso, constato novamente o horário em meu celular, 7:49 da manha, melhor me apressar um pouco, mas a loja não fica longe. Viro a direita e a esquerda, sigo reto e vejo um local de aspecto rústico, com uma porta de vidro acrílico muito grosso, quase 1 cm, mas não me lembro exatamente a grossura, no fundo se via diversas armas de grosso calibre, armas de todos os estilos e um letreiro em cima da loja com os dizeres “Nação armada” e a figura de uma AK-47 com a bandeira nacional ao fundo. Pego as chaves em meu bolso e abro as portas, deixo as mesmas abertas, começo a fazer um pouco de café atrás do balcão da loja, onde existem uma pia, uma pequena televisão, um radio e uma cafeteira. Deixava estas coisas ali porque passava mais tempo na loja do que em casa, amo meu trabalho, amo vender armas...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Capitulo 1 - Ela vive na escuridão, mostre a ela sua luz

- Acorde! Acorde!

- Porra! – Exclamo ao ser arremessado para fora do bar, estou ferido na perna e ainda sangra, maldito homem de sobretudo, enfiou uma faca em mim...

A porta do bar abre mais uma vez, e olho para ver... Droga! É ele de novo, começo a correr descontroladamente

-Acorde! Acorde!

Droga, não é um sonho! Continuo correndo, mas não posso correr por muito tempo, eu não vi sua cara direito, mas, toda vez que olho em sua direção me sinto mais fraco...

-Ah! – ele me acertou novamente, estou sangrando... vejo uma entrada para direita e resolvo entrar, afinal, é o caminho de Deus... ele esta chegando perto, e percebo que não é um homem normal...

-Acorde! Acorde!

- Droga! – exclamo ao perceber que era um beco sem saída, mas tem uma escada, esta um pouco alta, mas consigo alcançar... pulo e impulsiono minha perna contra a parede e agarro a escada do lado contrario, viro para subi-la. Subo por alguns segundos até chegar ao topo, e percebo que é um prédio perto de outro... ele já esta subindo a escada, e parece cada vez menos humano, corro em direção ao outro prédio, tenho que pular, está chegando cada vez mais perto, e eu pulo.

-Porra! – eu grito, eu estou caindo, mas consigo agarrar uma janela, subo nela e entro num quarto muito escuro.

-Acorde! Acorde!

A janela se fecha num baque surdo, não sei o que aconteceu, mas acho que foi o vento, mas não quero ficar aqui para ter certeza.

Ouço passos e procuro algo em meu bolso para iluminar o ambiente, logo encontro meu celular com lanterna... Eu ligo a lanterna para ver melhor o ambiente e ouço um som, um som de passos...

Porra, ele esta no quarto, me apresso em apontar o celular para o barulho.

- Ah! – isso foi a única coisa que consegui gritar, uma mulher, loira com grandes olheiras, grita comigo num tom mais demoníaco, ela parecia irritada, ela me acerta na perna machucada, e eu acerto minha cara no chão... minha cara esta dolorida , tento levantar e ela me atinge novamente, meu celular cai e ilumina seu rosto, que faz uma expressão de dor, agora entendo, levanto e aponto meu celular para o rosto dela... o grito dela fica cada vez mais agudo, o ponto onde a luz se concentra começa a queimar, esta ficando feio e mal cheiroso, até que ela cai, o grito para na hora e só se ouve o eco.

Apresso-me em achar o interruptor de luz, o acendo e vejo o chão ensangüentado, mas o sangue não era dela, haviam outras duas mulheres no chão, devoradas pelo monstro que era a loira, sua boca estava ensangüentada também;melhor sair daqui.

-Acorde! Acorde! (algo em mim dizia que era um sonho, mas era tudo real!)

Ao abrir a porta vejo um corredor largo, com alguns quadros e um tapete fino, uma péssima iluminação dada por lustres antigos e empoeirados. Sigo correndo, com o coração acelerado, sem muito tempo para pensar entro na primeira porta que vejo; a porta da escadaria e a subo, pois não quero me encontrar com aquela coisa de novo, vejo uma placa de quarto andar, e era o ultimo, ando por um corredor longo, passando por varias portas, e chego em um local em forma de “T” do meu lado esquerdo vejo uma única porta, diferente das outras, menos elegante, com aparência mais fria, e à minha direita uma mesa de aparência antiga com um vaso de porcelana portando flores; resolvo ir para a esquerda verificar a porta, abro ela e vejo uma cama desarrumada e suja de sangue, ao lado dela uma mesa de cabeceira e um guarda-roupa do lado da porta. Vou até a mesa e abro sua única gaveta, nela encontro uma magnum 357. Carregada com cinco balas e uma chave, da qual presumo ser do guarda-roupa, pego os dois, e empunhando a arma destranco o guarda-roupa, fico de lado para abrir o guarda roupa (já vi essa cena em vários filmes, sempre da certo.) puxo a porta do guarda-roupa com força e de dentro sai um homem com raiva, e aparentemente sedento por sangue, com seus braços esticados, buscando carne, minha carne.

Estico minha perna e dou um chute com a sola do meu pé nas costas do homem (mas onde diabos eu estou? No inferno?) e atiro com a magnum em sua cabeça, na qual o projétil devastador simplesmente abre um enorme buraco em seu crânio, espalhando seus miolos pelo quarto. Mas o que diabos estava acontecendo ali?

Só tinha uma coisa em mente, sair dali! Me apresso para fora da porta e vou em direção a pequena mesa, viro a esquerda, que é o único caminho, e vejo uma sacada no fim do corredor, e mais nada, nenhum corredor para virar ou nem mesmo portas ou janelas, apenas a sacada, sigo para ela e vejo uma escada de emergência que ia do terraço até a rua, era o que eu precisava! Começo a subir, após poucos segundos alcanço o fim do prédio.

- Não pode ser! – sussurrei muito baixo, foi quase inaudível, aquela coisa estava aqui, mas virada de costas para mim, era minha única chance... pulei em suas costas e tentei enforcá-lo (tinha certeza de que era um homem) mas ele nem ao menos deu sinal de que sentia dor, então empunhei a magnum e com um tiro a queima-roupa destruí seu crânio, estava alegre demais para me dar conta de que estava caindo do prédio, e a única palavra que veio a minha cabeça foi: “NÃO!”

Capitulo 0 - Prologo

Venda sua alma para ele e ele lhe dará algum poder, dinheiro e talento... Mas vale realmente a pena? Vender tua alma por isso? Deixando de lado o amor e a amizade, consentisse em tua alma pois é isso que ele quer; sinta medo, porque é isso que ele deseja, Corra! É o melhor a fazer, corra para uma promessa divina... Mas quando você cair, não espere que eu te salve
E a propósito, sou Matt, filho do Demônio

Apresentaçao

Aqui apresentarei historias de minha autoria, com tema de suspense/terror, mas sem o intuito de causar medo nas pessoas, o nome desta historia é "Falsos Deuses" , tenho muitas influencias e não vou cita-las aqui, mas mesmo assim espero que as enxerguem.

Ah, e meu nome... é Mateus, filho de Marcia e josé =P