quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Capitulo 11 – F.R.G. – Frente de Resistência a Guerra

Subo a escadaria correndo, vejo os andares passando e continuo subindo.

Entro na porta do 3º andar. Vejo um corredor em “T” e uma única porta.

Tento abrir a porta, mas sem sucesso. Algo me diz que é melhor assim...

Sigo pelo corredor e olho para os dois lados. Ao meu lado esquerdo vejo uma porta localizada no fim do pequeno corredor, e, a minha direita vejo uma mesa, muito velha com um vaso de flores em cima.

Entro na porta a minha esquerda com muita cautela, pois me lembro estranhamente deste lugar.

Vejo uma cama ensangüentada, mas nem me abalo. Já vi esta cena antes, sei que tem uma Magnum 345. dentro da mesa de cabeceira e um homem semi-morto no guarda roupas.

Abro a gaveta da mesa e vejo uma foto de um homem moreno com duas crianças, igualmente morenas, ao seu lado, as quais imagino serem suas filhas.

Estranhamente não encontro nenhuma arma, diferente do meu sonho... mas que droga! Aquilo foi somente um sonho! Nada mais que isto, por isso não encontrei nada aqui!

Verifico o guarda roupas e vejo que não há nada nele, sem alarme.

Saio do quarto e ouço um barulho. Gritos!

Corro até a janela mais próxima e vejo que não estava enganado.

Pessoas corriam, gritando de medo, e atrás delas...

Demônios, muitos deles, todos distintos e muito velozes.

- Ei! Você! Parado ou eu atiro! – Ouço um homem gritar, atrás de mim.

- Calma cara... – digo calmamente virando em sua direção com os braços levantados. É ele, o cara da foto, porém aqui ele está muito nervoso e tremulo,apavorado.

- Não precisa ter medo, estamos juntos nessa – Digo ao homem – Vamos lá, me fala, qual seu nome?

- Você não está comigo nessa não, meu chapa! Você vai e para uma melhor! – Disse ele, e, em seguida atirou contra o lado direito do meu peito.

Vou para trás, cambaleante e caio sentado. Sinto o ar saindo de meu corpo, e uma dor que se intensifica, Queimando meu peito. Em seguida sinto o sangue saindo, esquentando a ferida e molhando o tecido de minha camiseta.

- Por que... Fez... Isto? – digo, com dificuldade.

- Isso não é problema meu – Diz o homem, que corre em seguida em direção ás escadas.

Está sangrando muito. Preciso estancar o sangramento, e preciso agora...

Procuro algo a minha volta, mas não encontro nada que me ajude... Só me restam minhas roupas... Arranco um pedaço da base de minha camiseta e enrolo no peito, no local em que a bala perfurou, sinto que está escorrendo menos sangue, mas ainda dói, não sei quanto tempo consigo agüentar, mas não posso desistir de viver, não por enquanto.

Levanto-me vagarosamente, apoiando nas paredes do corredor.

Quando consigo me levantar de verdade, sinto minhas pernas tremendo, eu estou ferido e preciso de ajuda.

Sigo para a parte não explorada do corredor, e me deparo com uma parede destruída e que mostra um outro prédio, com a parede também destruída, e apenas uma tora não muito firme de madeira ligando os dois prédios.

Passo por ela e chego até a segunda construção. Olho para cima e me deparo com o céu, sombrio e meio avermelhado, com muitas nuvens.

O vento passava por meu rosto, fazendo um som medonho. E eu, tendo apenas o medo e a curiosidade de referencia, ando pelo local com cautela, pois o teto está sob meus pés, e qualquer deslize meu irá resultar em uma queda, risco que não posso correr, já que estou ferido, e tenho dificuldades inclusive para andar.

Sigo até uma porta e atravesso o portal, sem nada bloqueando, e o teto ainda no chão. Parece até que começaram a demolir o prédio e não terminaram.

Vejo um buraco e uma escada de ferro presa ao chão, e descendo o buraco.

Agarro-me a ela e começo a descer vagarosa e calmamente, está muito escuro e, à medida que desço sinto uma atmosfera mais pesada, um ar menos puro e mais úmido.

Sinto o chão tocar meus pés, mas não vejo nada ao meu redor.

Ouço um barulho e uma voz. Tento segui-la, mas não acho sua fonte

-Identifique-se! – diz uma voz, feminina, mas muito dura e rude.

Ouço um barulho e um holofote se ascende me cegando. Não consigo pronunciar uma palavra, nem mesmo ver, apenas abro a boca e tento tampar a luz com minha mão.

-Identifique-se!- Repete a voz.

-Eu... Sou... Matt – falo, com muito esforço, não consigo respirar direito por causa do ferimento, da caminhada e da luz me cegando.

- Está armado? – Pergunta a voz

- Não... – Respondo rapidamente, acho que voltei a sangrar.

- Ele está ferido – Diz outra voz feminina, porém mais suave... E que reconheço...

- Gabi? – Grito, esperando uma resposta clara

- Matt! – Diz ela, enquanto tento encontrar o caminho de sua voz – rápido! Ajudem ele. Está ferido!

De repente sou levantado por dois braços, um de cada lado e me arrastam até algo macio, em que deito e me sinto mais confortável.

- o que houve? – pergunta Gabi – consegue falar?

- consigo... Tiro... Peito – digo ofegante e com dor

- ele levou um tiro – diz ela, enquanto desamarra o tecido de meu peito, procurando o ferimento – Quem fez isso?

Sem conseguir responder, vejo o ambiente ficar ainda mais escuro, e perco a noção da realidade

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