segunda-feira, 22 de junho de 2009

Capitulo 5 – Morte mal sucedida

Droga, eu apaguei, não sei como nem o porquê, mas meu peito doía muito antes, agora já não dói me sinto muito tranqüilo e relaxado apesar de não saber onde estou
Uma estranha nevoa cobre o ambiente, e se concentra no chão, não tem brisa, mas não é abafado. Não consigo ver nada frente, mas sigo andando como se soubesse para onde ir, muito estranho pois não me sentia à-vontade, como em um lugar em que já conhecia, me sentia um estranho e não me encaixava em lugar algum, mas mesmo assim permanecia andando, como se não controlasse meus passos.
Seguia calmamente o caminho que minhas pernas me levavam, e enquanto andava, encontrava algumas arvores que não estavam lá antes de eu chegar perto.
Mais a frente, vi uma espécie de templo, ele tinha luz própria, mas não iluminava o ambiente que não tinha cor, vida ou iluminação, o que era muito estranho, pois parecia um ambiente a céu aberto.
Enquanto me aproximava, notei um portal aberto, e eu estava passando entre eles, continuei seguindo e vi vários vultos de pessoas, mas não me assustei, como se aquilo fosse normal e diário, mas não era e eu não deveria estar tão acostumado.
Aproximando-me do templo, subo algumas escadas, acho que três, mas fiz tão naturalmente que não parecia que haviam escadas lá...
Entro no templo e vejo uma escadaria longa para cima, e duas portas, uma do lado esquerdo e outra do lado direito da sala
A do lado esquerdo tinha uma placa e nela estava escrito Inferno, a da direita estava escrito Céu e na escadaria havia uma placa pendurada em cima, escrito purgatório
Droga! Eu estou morto! Não posso acreditar! Mas que merda foi aquela? Uma parada cardíaca? Não sei bem o que aconteceu, só sei que morri e estou totalmente perdido, recuperei o controle de minhas pernas e já não sei mais para onde ir
Um homem muito avermelhado, vestido de terno vem em minha direção, vem do lado do inferno, logo acredito que seja o demônio, e ele diz:
- Garoto, você que está perdido, foi uma alma abandonada que julgam não ter importância no mundo deles, então venha ao meu, estamos esperando sua alma, venha a nós! – e ele terminou a frase fazendo um gesto de reverencia e apontando para a porta do inferno com sua mão esquerda.
- Não Ezequiel! Ele não ira com você, ele tem um espaço reservado em meu mundo! Que homem não quer um espaço no céu? – diz um homem de trajes bege, mais parecia uma saia, mas com um pano mais escuro cobrindo seus ombros, usava uma corda como cinto, seu rosto era escondido por um grande cabelo com dreds e uma barba enorme, só faltava uma camisa xadrez vermelha e preta e um machado para eu dizer que era um lenhador típico de desenhos animados. Mas creio que este seja deus. Meu coração aceleraria, mas está completamente parado.
- Na verdade acho que deveria ir para o purgatório! – Pela primeira vez eu falo naquele lugar, e eles parecem tão surpresos quanto eu, um homem que pode ir direto para o céu querendo ser julgado para ver se realmente é merecedor.
- Bom Isaías, ele quer saber para onde merece ir, quer ir para o purgatório, quer ser julgado, isto é raro, imagina que não deve nada e nem tem nada a temer, então deixe ele ir, e que tenha muita sorte garoto, o inferno não é ruim quanto as pessoas pensam, e o céu não é tão bom assim! – conclui Ezequiel, que se mostra não ser o Diabo, Demônio, Lúcifer, ou seja lá o que for. Mas Isaías se mostra inquieto quanto minha decisão, mesmo não sendo exatamente Deus, ele gostaria que eu estivesse lá com ele.
- Então que seja feita a vontade dele - diz Isaías, apontando para a escadaria, que me apresso a subir.
Chegando ao final, vejo apenas uma mesa, com um homem velho, mas em bom estado. De óculos e segurando um martelo, parecia ser um juiz, um juiz muito atento.
- Meu nome é Pedro, é um prazer finalmente conhecê-lo Matt, você esta aqui para ser julgado? – Pergunta Pedro.
- Sim! – respondo sem pestanejar
- Logo você? – pergunta Pedro sem entender
- Como assim? – Pergunto tão confuso quanto ele
- Esqueça, então vamos começar o julgamento.
- Não quero ir nem para o inferno nem para o céu Pedro, posso ficar aqui com você? – pergunto, fazendo ele se desconcentrar
- Então faremos o seguinte, você voltará a vida, para pensar melhor sobre a questão, o que me diz? – Pergunta Isaías, que observava tudo ao lado de Ezequiel – você aceita minha proposta? – Conclui ele
- Claro! – Exclamo, adoraria voltar a vida, sentir meu coração batendo novamente, sentir as felicidades e tristezas de estar vivo!
- Que assim seja! – diz ele, e com um estalo de dedos, volto a sentir aquela imensa dor.
Também ouço um barulho, como um som de medidor de batidas cardíacas de hospital, e, ao abrir os olhos vejo uma medica chorando, no crachá dela está escrito “Dra Gabriela”, ela era muito bonita, com cabelos longos, face angelical e, que as feministas me perdoem, mas que peitos!
Ela olhou para mim, e parou de chorar na mesma hora, correu até mim e gritou:
- Venham ver! Ele esta vivo! – ela deu um grito meio desesperado, eu senti uma dor de cabeça na hora, não me sentia 100%
- Você consegue falar? – ela me perguntou
- Sim. - Respondi, ainda com dificuldades
Ela me parecia feliz, mas não tão feliz quanto eu estava por ter voltado a viver

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