quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Capitulo 12 – Uma Guerra?

Vejo Gabriela em cima de um corpo, mexendo em seu peito.

Olho para o lado e vejo um outro homem, ao seu lado, com um olhar preocupado, e com a pele muito pálida e suja, com um cabelo afro, embora pareça ser albino. Suas roupas muito velhas, sujas e rasgadas.

Vejo também que Gabriela está usando um vestido vermelho com alguns rasgos.

Vejo outra mulher olhando de longe, com roupas de lã e uma toca, uma ruiva com o rosto ralado e portando armas pesadas.

Em uma rápida olhada pelo ambiente vejo um local totalmente destruído, as vigas expostas e o concreto destruído no chão, a iluminação fraca dava um ar sombrio ao lugar, algumas luzes piscavam.

Vi também um holofote, na frente da mulher ruiva, era isto que me cegava quando cheguei ao local.

- Quem está na mesa gabi? – pergunto em voz baixa

Espero mas não ouço resposta. Tento me aproximar e vejo uma calça igual a minha, mas não posso ser eu na mesa, se estou em pé na frente dela!

Chego mais perto e vejo que realmente sou eu, me assusto e caio para trás.

- O que foi? Você ainda não percebeu que não está em teu corpo? – diz um homem barbudo, que me recordo por Deus.

- O que é que está havendo aqui? Porque tanta destruição? E que coisas eram aquelas correndo atrás das pessoas?! – pergunto desesperadamente e com muito medo da resposta

- Isso, meu querido irmão, é o apocalipse! E tudo isto é tua culpa! Você poderia ter evitado isso se tivesse aceitado tua própria morte! – Diz ele, com certa acusa na voz.

- Culpa... Minha?! Como assim? O que... O que é que eu fiz? – digo tremulo.

- Acalma-te, não te preocupes, apenas estava em busca de alguma diversão, sua morte era para sua proteção, mas não faz mal, isso aqui já estava programado – Diz o homem

Fico sem palavras, apenas fixando o chão, esperando mais alguma palavra do homem, mas, quando olho para o lado, não vejo ninguém. Minha visão escurece, e caio no esquecimento.

Acordo em um lugar quente e confortável, escuro e sem ruídos.

Então um barulho ensurdecedor toma conta do lugar.

E, pouco após, sinto o chão tremer.

Levanto-me num pulo e olho para os lados, com meus olhos tentando se acostumar com o escuro, vou apalpando a parede, em busca de uma porta.

Ouço outro barulho igual. Começo a me desesperar e corro em busca da porta.

Então, do outro lado do lugar, ouço um ruído de porta antiga e uma luz forte toma conta do local.

Olho em sua direção e meus olhos se fecham, sensíveis a luz.

- Rápido Matt! Estão atacando! – diz um homem... como ele sabe meu nome?

- Quem é você?! – grito, afugentado

- Não temos tempo para explicações, temos que correr

Sem delongas, corro em direção a luz.

Saio em um ambiente ventilado, e meus olhos vão se acostumando com a luz.

Vejo um corredor largo, como o de um hospital, porém muito sujo com jornais, sangue e pó, algumas paredes destruídas, marcas de balas e sangue em todos os lugares.

O homem que vejo agora de costas para mim, me guiando, está usando farda, do exercito, ou da marinha, agora não reconheço, mas está armado com uma M16

Continuo seguindo, sem saber meu destino, e vejo um grande pedaço do teto no chão

- cuidado ai – avisa o homem, após passar pelos escombros

- pode deixar – respondo, subindo pelos escombros que eram iluminados tão lindamente pela luz solar

Andando pelos escombros, perco o homem de vista, que aparentemente desceu dos escombros. Sigo-o e desço dos escombros, a tempo de vê-lo abrir uma porta de metal com uma chave.

Entramos em uma sala escura.

Click – ouço um barulho e luzes se acendem, iluminando bem a sala. Um lugar pequeno, com uma maca no centro e armários fechados em volta.

Ele abre um armário e tira uma Glock, e a joga para mim.

- sabe manusear né?- diz o homem.

- Sim eu sei. Não tem mais munição? – pergunto, esperando usar a arma

- aqui está – diz o homem me entregando dois pentes próprios para a arma

- a propósito, qual seu nome? – pergunto, enquanto ele me passa um colete a prova de balas

- Daniel – responde, pegando um para si.

- Mas e então Daniel, o que esta havendo aqui? – pergunto, carregando a arma

- Uns bichos ai, que parecem mais demônios. São verdadeiramente medonhos, mas temos que enfrentá-los praticamente todos os dias – responde Daniel

- Todos os dias? Quanto tempo fiquei apagado? - pergunto

- Mais ou menos uma semana, mas isso aqui já estava rolando a algumas semanas. – responde Daniel, como se fosse algo normal. Já deve ter se habituado

- Você apareceu pouco depois daquela medica em traje chique...

- Você quer dizer Gabriela? –pergunto

- Sim, é esse o nome... Ela tem um corpo... hmm... – diz ele, gemendo e balançando a cabeça direcionada para o teto, de olhos fechados.

Okay, então vamos fazer logo?

Ele consente com a cabeça e seguimos em direção aos escombros, subimos neles e voltamos ao corredor, passando pela porta de que saí.

Continuamos seguindo, e viramos para a direita na primeira “curva” do corredor

Entramos na sala daquele dia, ela estava com uma parede parcialmente destruída, liberando uma passagem para fora.

Passamos por ela e encontramos uma mulher de touca

- Enfim acordou? – Diz a mulher, que perguntou quem eu era, assim que cheguei nesse lugar

- Meu nome é mariana, mas eu dispenso sua apresentação, você só tem que subir as escadas e ficar no topo do muro, tentando evitar essas coisas de chegar perto.

Aceno com a cabeça e subo para cima do alto muro, que cercava o lugar, com um pequeno pátio e um portão grande

Aparentemente era um lugar para seguranças, pois tem um espaço considerável e um pequeno muro de proteção a quedas

Olho para o chão lá de cima e vejo alguns homens correndo em direção ao portão... mas eles estão... multilados?

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Capitulo 11 – F.R.G. – Frente de Resistência a Guerra

Subo a escadaria correndo, vejo os andares passando e continuo subindo.

Entro na porta do 3º andar. Vejo um corredor em “T” e uma única porta.

Tento abrir a porta, mas sem sucesso. Algo me diz que é melhor assim...

Sigo pelo corredor e olho para os dois lados. Ao meu lado esquerdo vejo uma porta localizada no fim do pequeno corredor, e, a minha direita vejo uma mesa, muito velha com um vaso de flores em cima.

Entro na porta a minha esquerda com muita cautela, pois me lembro estranhamente deste lugar.

Vejo uma cama ensangüentada, mas nem me abalo. Já vi esta cena antes, sei que tem uma Magnum 345. dentro da mesa de cabeceira e um homem semi-morto no guarda roupas.

Abro a gaveta da mesa e vejo uma foto de um homem moreno com duas crianças, igualmente morenas, ao seu lado, as quais imagino serem suas filhas.

Estranhamente não encontro nenhuma arma, diferente do meu sonho... mas que droga! Aquilo foi somente um sonho! Nada mais que isto, por isso não encontrei nada aqui!

Verifico o guarda roupas e vejo que não há nada nele, sem alarme.

Saio do quarto e ouço um barulho. Gritos!

Corro até a janela mais próxima e vejo que não estava enganado.

Pessoas corriam, gritando de medo, e atrás delas...

Demônios, muitos deles, todos distintos e muito velozes.

- Ei! Você! Parado ou eu atiro! – Ouço um homem gritar, atrás de mim.

- Calma cara... – digo calmamente virando em sua direção com os braços levantados. É ele, o cara da foto, porém aqui ele está muito nervoso e tremulo,apavorado.

- Não precisa ter medo, estamos juntos nessa – Digo ao homem – Vamos lá, me fala, qual seu nome?

- Você não está comigo nessa não, meu chapa! Você vai e para uma melhor! – Disse ele, e, em seguida atirou contra o lado direito do meu peito.

Vou para trás, cambaleante e caio sentado. Sinto o ar saindo de meu corpo, e uma dor que se intensifica, Queimando meu peito. Em seguida sinto o sangue saindo, esquentando a ferida e molhando o tecido de minha camiseta.

- Por que... Fez... Isto? – digo, com dificuldade.

- Isso não é problema meu – Diz o homem, que corre em seguida em direção ás escadas.

Está sangrando muito. Preciso estancar o sangramento, e preciso agora...

Procuro algo a minha volta, mas não encontro nada que me ajude... Só me restam minhas roupas... Arranco um pedaço da base de minha camiseta e enrolo no peito, no local em que a bala perfurou, sinto que está escorrendo menos sangue, mas ainda dói, não sei quanto tempo consigo agüentar, mas não posso desistir de viver, não por enquanto.

Levanto-me vagarosamente, apoiando nas paredes do corredor.

Quando consigo me levantar de verdade, sinto minhas pernas tremendo, eu estou ferido e preciso de ajuda.

Sigo para a parte não explorada do corredor, e me deparo com uma parede destruída e que mostra um outro prédio, com a parede também destruída, e apenas uma tora não muito firme de madeira ligando os dois prédios.

Passo por ela e chego até a segunda construção. Olho para cima e me deparo com o céu, sombrio e meio avermelhado, com muitas nuvens.

O vento passava por meu rosto, fazendo um som medonho. E eu, tendo apenas o medo e a curiosidade de referencia, ando pelo local com cautela, pois o teto está sob meus pés, e qualquer deslize meu irá resultar em uma queda, risco que não posso correr, já que estou ferido, e tenho dificuldades inclusive para andar.

Sigo até uma porta e atravesso o portal, sem nada bloqueando, e o teto ainda no chão. Parece até que começaram a demolir o prédio e não terminaram.

Vejo um buraco e uma escada de ferro presa ao chão, e descendo o buraco.

Agarro-me a ela e começo a descer vagarosa e calmamente, está muito escuro e, à medida que desço sinto uma atmosfera mais pesada, um ar menos puro e mais úmido.

Sinto o chão tocar meus pés, mas não vejo nada ao meu redor.

Ouço um barulho e uma voz. Tento segui-la, mas não acho sua fonte

-Identifique-se! – diz uma voz, feminina, mas muito dura e rude.

Ouço um barulho e um holofote se ascende me cegando. Não consigo pronunciar uma palavra, nem mesmo ver, apenas abro a boca e tento tampar a luz com minha mão.

-Identifique-se!- Repete a voz.

-Eu... Sou... Matt – falo, com muito esforço, não consigo respirar direito por causa do ferimento, da caminhada e da luz me cegando.

- Está armado? – Pergunta a voz

- Não... – Respondo rapidamente, acho que voltei a sangrar.

- Ele está ferido – Diz outra voz feminina, porém mais suave... E que reconheço...

- Gabi? – Grito, esperando uma resposta clara

- Matt! – Diz ela, enquanto tento encontrar o caminho de sua voz – rápido! Ajudem ele. Está ferido!

De repente sou levantado por dois braços, um de cada lado e me arrastam até algo macio, em que deito e me sinto mais confortável.

- o que houve? – pergunta Gabi – consegue falar?

- consigo... Tiro... Peito – digo ofegante e com dor

- ele levou um tiro – diz ela, enquanto desamarra o tecido de meu peito, procurando o ferimento – Quem fez isso?

Sem conseguir responder, vejo o ambiente ficar ainda mais escuro, e perco a noção da realidade

sábado, 11 de julho de 2009

Capitulo 10 – O inicio de uma guerra

- Porra! – Exclamo ao ser arremessado para fora do bar, estou ferido na perna e ainda sangra, maldito homem de sobretudo, enfiou uma faca em mim...

A porta do bar abre mais uma vez, e olho para ver... Droga! É ele de novo, começo a correr descontroladamente
Espera ai, eu me lembro disso... vejo ao meu lado direito um beco escuro... é isso, posso mudar meu destino!
Corro em direção a parede, pulo e ricocheteio nela com minha perna, e agarro a escada de incêndio que cai fazendo muito barulho.
Apresso-me em me esconder atrás de uma lixeira, em um canto muito escuro, e o homem, que agora já nem parecia mais um homem correu... Ou melhor, flutuou sobre as escadas, subindo-as muito rápido.
Melhor empunhar minha pistola...
- Droga!- digo em voz alta, eu a esqueci. Não acredito!
Acho que falei muito alto, pois o homem pulou do topo do prédio em cima da lata onde estava escondido... ele começa a olhar para mim como se quisesse me dilacerar.
Corro para fora do beco e viro a direita, e novamente a direita... Vejo uma porta de vidro e quebro-a com um chute.
Vejo um balcão de recepção com uma flor chamativa ao lado. Tudo muito colorido... sigo reto, mas sempre correndo, vejo dois elevadores e uma porta que me lembrava uma escadaria de prédio. Abro a porta e corro para subir as escadas, subo e entro no 1º andar, fecho a porta e sigo com cautela, sentindo meu coração bater na boca tento abrir a primeira porta que vejo, e ela abre... Vou devagar, o local está escuro e não quero invadir nada.
Acendo o interruptor ao meu lado direito e algo me derruba de costas no chão, uma espécie de demônio/zumbi está em cima de mim e me arranhando, era muito acinzentado com orelhas pontadas, olhar morto e face ossuda. Era pequeno e muito magro, porem ainda assim forte.
Empurro-o para longe de mim e desfiro um chute com a ponta do sapato em sua barriga. Ele cai ajoelhado e desfiro outro chute, dessa vez com a canela e em sua orelha. Ele cai como um morto, ótimo, acabou.
Entro no quarto, e logo de cara encontro o corpo de um homem. E sangue espalhado pelo quarto inteiro, inclusive na cama. Mexo na mesa de cabeceira para procurar algo que me seja útil, mas nada encontro. Abro o armário e também não encontro nada, abandono as buscas naquele quarto, com o coração mais acelerado do que já estava, estava impaciente e com medo...
Passo ao lado do corpo do demônio que havia matado. Estava completamente imóvel... Morto!
Tento abrir a porta do quarto da frente, mas sem sucesso... ouço um barulho atrás e de mim e me viro para averiguar sua causa... Então aquele mesmo demônio me ataca e me derruba novamente, desta vez me mordendo no braço.
Desfiro vários socos em sua cabeça e orelha até ele largar, estamos ambos no chão, mas eu estou ensangüentado e com muita dor, enquanto ele somente esta meio tonto. Ele tenta levantar e o derrubo com uma rasteira, e dou uma chave de braço nele, puxo com muita força seu braço e ouço um barulho, como algo de plástico quebrando. Solto seu braço e levanto, seu braço esta dobrado para o lado contrario do normal, chuto novamente sua cabeça, que desta vez explode em sangue... Agora acho que está morto, mas melhor eu deixar o andar... Sigo para a escadaria....

terça-feira, 30 de junho de 2009

Capitulo 9 – Um sonho vívido

Chego em casa cansado e nu, apenas com a roupa do hospital, que de nada valia, pois meus glúteos ficam de fora.

Deve ser muito tarde, não haviam carros na rua nem pessoas, estava tudo deserto e silencioso. Luzes acesas somente as da rua, estavam todos dormindo.

Olho no relógio da parede que marca 2:03 da manha, está realmente tarde, e é melhor eu dormir, apesar de não acreditar que consiga com a adrenalina no alto...

- Não – Digo em voz alta, melhor não tentar dormir.

Entro no banheiro para tomar banho, e, durante o banho começo a pensar para onde ir, o que fazer agora...

Saio do banho e me troco, olho no espelho e me vejo com a barba grande, não ao ponto de Jesus cristo, mas ainda grande.

Não estou com paciência para fazer a barba. Pego minha carteira, saio de casa e vou andando. Vejo o correio em que recuperei minha arma, o beco do meu sonho e o bar, ele estava aberto e parecia cheio, resolvo entrar

Sento numa cadeira no balcão e peço uísque, começo a beber para abaixar a adrenalina.

Bebo um copo, bebo dois, bebo três e logo estou completamente bêbado

- Vai devagar amigo – aconselha o barman, feliz pelo lucro mas preocupado com minha vida

Sigo o conselho dele e resolvo parar um pouco, já não estava sóbrio e nem tão agitado quanto antes

Viro para me levantar e topo com um homem, ele usava chapéu de feltro e um sobretudo, ambos pretos, a luz não chegava ao seu rosto, mas era perceptível sua face pálida e a forma pontiaguda de seu rosto, especialmente o queixo.

Ele abaixa um pouco a cabeça e retruca:

- Deve tomar mais cuidado seu tolo insolente, ou, como costumam dizer por aqui, encoste em mim novamente e vai apanhar! – ele parecia com raiva e nada cauteloso

Eu, já não muito sóbrio fico louco de raiva e dou um soco em sua cara, e ele se curva um pouco para o lado.

Ele vira com uma pequena faca na mão, e tenta me furar no peito.

Seguro sua mão e desfiro outro soco em sua cara, puxo a mão dele para minhas costas e empurro-o para o chão, e ele sem muita reação cai como uma pedra. Desfiro vários chutes em seu tórax, chutes leves mas em grande quantidade, e ele finalmente reage, enfiando a faca em minha coxa e puxando a mesma.

- Ah! – grito com dor, e logo após sou derrubado por um segurança, ele me arrasta até a porta do bar.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Capitulo 8 - A fuga

O dia chega, e com ele o tédio, eu estava preso naquele quarto de hospital, e só me restava assistir televisão...

A porta do quarto se abre e entra uma enfermeira.

- Vim medir sua pressão e dar medicamentos – Disse ela

- Ótimo! Adoro ficar dopado e não raciocinar direito! – digo com muito sarcasmo

- Pelo menos você vai voltar para casa, recuperado – Rebate ela

- E com metade do cérebro sem funcionar! – E para piorar estou discutindo com uma enfermeira, isso não me deixa numa situação favorável.

Ela começa tirar meu sangue e coloca o soro para eu tomar.

Ela sai sem pronunciar uma palavra sequer, aposto que ela ficou com raiva de mim...

Não dormi depois do pesadelo e me sinto muito mal, a falta de uma boa noite de sono me deixou estressado, e fico com raiva de tudo quando estou estressado...

Pouco depois da enfermeira ir embora, Chega a Dra. Gabriela com uma cara feliz, ao contrario de mim, ela deve ter dormido bastante. Mas tudo bem, ver ela alegre também me alegra... eu não sei bem o porque, mas eu gostei dela, de verdade....

- Bom dia Sr. Santos – Mas que droga, eu já falei para ela não me chamar assim, mas...

- Bom dia Sra. Burke! – ela também não gosta de seu sobrenome, estamos todos juntos no mesmo barco não?

- Ah! Para de me chamar assim, é Sra. Gabriela Burke para você! – disse com uma voz engraçada, e com as bochechas rosadas...

- E então gabi, você veio me dar alta?

- Você sabe que não Matt, você quase morreu!

- Na verdade eu morri, mas voltei porque precisava te conhecer...

- Que fofo, mas isso não vai te ajudar a ter alta!

- Pelo menos eu tentei né?

- Há há, pelo menos tentou.

- Mas , como é que eu estou doutora? – melhor começar a agir corretamente, não agüento mais ficar confinado

- Você na verdade esta muito bem, talvez daqui a alguns dias você receberá alta!

- Dra, você esta me obrigando a fugir daqui

- Então faça isso Matt, porque por mim você já estaria fora daqui, já esta em perfeito estado. – ela diz isso saindo do quarto, me deixando sozinho novamente, e o que disse me inspirou, eu vou fugir... Esta noite!

O dia passou, e eu atormentado por estar preso aquele hospital. Precisava sair dali.

Todos foram dormir. Esta era minha chance. Pego um pedaço de algodão do meu lado, tiro a agulha do soro que estava em minha veia e tampo meu braço com o algodão, arranco um pedaço da minha roupa e amarro no algodão.

Eu estava no segundo andar, precisava de uma forma de descer para o chão delicadamente, então amarrei o lençol que me cobria com o lençol da cama e com a cortina, amarrei a corda improvisada na maçaneta da porta e joguei a outra ponta para fora da janela, que estava do lado oposto do quarto.

Penso melhor e puxo tudo, dou uma volta por baixo da minha coxa direita e por cima do meu ombro esquerdo, passando pela axila.

Me ponho em cima da janela e me jogo, não caio muito, apenas alguns centímetros. Deu certo!

Vou descendo devagar, fazer rapel na adolescência me ajudou muito.

Esta uma noite agradável, a lua cheia ilumina bem o jardim do hospital, isso facilita muito para mim, eu corro com o ar fresco passando sob meu rosto. Atravesso a rua e olho para a placa, já sei onde estou e também sei como chegar em casa, não é muito longe.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Capitulo 7 - Lavados pelo sangue

Apoio me no ombro do monstro e pulo, consigo me segurar numa grade, na varanda do prédio ao lado, me esforço para subir, apoio meu pé na parede e consigo subir.
Ao pular para dentro da varanda vejo uma porta de vidro que dá direto para a sala de um apartamento, esta bem iluminada, para variar de ambiente. A televisão está ligada, mas esta chiando somente, sem imagem.
Bato na porta delicadamente, mas ninguém aparece, tento novamente, até decidir entrar logo. Ao abrir a porta noto a falta de barulho, com exceção do chiado da televisão, é claro.
Atravesso a bem iluminada sala amarela, notando o carpete bem conservado, e o sofá com plástico, e uma marca em um assento, mas onde estava a pessoa que sentou ali?

- Acorde! Acorde!

Sigo para os outros cômodos. Um pequeno corredor que ia direto para o banheiro com 3 portas intercaladas. A primeira a esquerda era um quarto vazio, a da direita era a da cozinha e a outra de um quarto maior, com uma bela cama e um armário grande. A casa era muito bonita, mas me deixava inquieto a ausência de alguém nela.
Entro no banheiro e não vejo ninguém, também não há ninguém nos quartos. Entro na cozinha e vejo no fundo a lavanderia... Tem algo lá...

- Acorde! Acorde!

Ao chegar mais perto percebo que é uma mulher, pelos tamancos, pois está mutilada.
Vejo sua cabeça em cima da maquina de lavar roupas, e ela esta intacta. Já passei por tanta coisa que isso nem me afeta mais, vejo no tanque muitas partes de corpo, todos da mesma mulher, e seus intestinos estavam encima da pia... Não pensei que fossem intestinos. Mas olhando bem deixa transparecer... O que diabos aconteceu aqui?
Saio correndo do apartamento, e vejo os corredores cobertos de sangue, olho para o elevador e sei que provavelmente não vai funcionar. Viro á direita e abro a porta das escadas, começo a descer as escadas, ate o 1 andar, onde as escadas estavam bloqueadas. Entro na porta da direita, onde encontro mais um corredor em “L” e 3 portas de apartamentos, novamente o corredor esta coberto de sangue.


- Aaah! – grito, sozinho no meio da noite no quarto do hospital, foi um pesadelo, mas não entendi nada dele...

terça-feira, 23 de junho de 2009

Capitulo 6 – Respondendo perguntas

Naquele momento só pude pensar em estar vivo, embora a vida seja o oposto da felicidade, a morte não me deixou feliz, na verdade, me deixou confuso, e fez eu me sentir com pouca importância, nada daquilo deveria ter acontecido, e, talvez, não tivesse acontecido... é, foi um sonho! Só pode ter sido, sem chance de ter conversado com o Demônio, Deus e São Pedro; eu estava sonhando, a verdade é que eu cai em um sono profundo, e tive parada cardíaca, só isso, nem tão simples, mas simplesmente isso...
- O homem só vê o que lhe cabe, e só acredita no que quer, nada do que você viu foi real, apenas sua imaginação. Você não imaginou nada, apenas viu o que tinha que ver, e, para resolver uma duvida, devemos criar muitas outras, eu digo-lhe que estava no purgatório e me perguntas como, eu digo que foi tua imaginação e me pergunta do porque imaginou isto, as perguntas não te fazem de desentendido, apenas de sábio, mas perguntas tolas geram respostas estúpidas, então cuidado ao perguntar, preste atenção no que lhe foi dito e faça sua pergunta, que tal perguntar agora?
- O que? Quem está ai? – grito, a procura do homem que me falou a frase tão misteriosa. Aparentemente ninguém ouviu meu grito, apesar da sala estar abarrotada de gente... Na verdade, eles nem ao menos se mexeram, como se tudo estivesse parado. E estava! Tento me levantar mas não consigo, talvez ainda esteja me recuperando da parada brusca do meu coração, que ainda doía muito.
- Então esta é tua pergunta? Pois bem, sou Kahn, conselheiro de Inooc, Rei da terra em que você se encontrava, denominada: أمل البنفسج Ou Violetas da esperança, em seu idioma
Tudo volta a se mexer, as pessoas ficam emocionadas e a doutora, meio que encima de mim, começa a chorar, mas, diferente de antes, era de felicidade, e aquele momento passa a ser um passado vazio, sem importância, que ninguém ligava, nem eu, pois de lá só descobri que sei de menos coisa do que acho...

- Que bom que está bem! – diz a doutora, e, tenho uma leve impressão de que ela nem ao menos sabe meu nome
- É, eu to bem, mas estaria melhor se você não estivesse apoiada em meu peito – digo a ela, de uma forma mais rude do que gostaria, mas não tinha problema, já que ela nem me escutou, pois ainda estava em cima do meu peito. E, eu estava mesmo respirando mal...
Um a um, as pessoas foram saindo do quarto, e só ficou a doutora Gabriela, que aparentemente não queria sair do quarto. Talvez ela se sentisse tão sozinha quanto me sinto, mas no momento estou cansado demais para conversar, melhor eu dormir, pois morrer é uma experiência muito cansativa...